terça-feira, 27 de novembro de 2007

Ouviram isso? Não, não o barulho eventual ocorrente em vosso lar, nem a televisão cortando com a notícia cotidiana a desinformação do tédio, eu quero a atenção ao silêncio, o som silencioso da noite com o sereno não-ouvir-ou-dizer-nada. Isso... assim... o seu silêncio da leitura está, nesse momento, me agradando...
Não sei o motivo de dizer alguma coisa quando o essencial está sendo dito no fundo das nossas almas, no momento calado, mas infelizmente não o vemos, a eternidade paira na falta da inspiração, mas não a vemos... e aqui, quando não tenho nada para dizer, as palavras fluem flutuando na flauta flamejante da noite e espreitam os meus sonhos no nada.
Ah sim, quando dormindo, o silêncio será cortado pela música atonal do pesadelo, neste momento o amanhecer se afasta, e ele passará percorrendo as ruas com seu canto medonho...
Só assim terei paz. O meu túmulo interno sempre se expõe em palavras, nestas expressões inúteis, nesse grito fútil, estético e subjetivo, mas quando eu durmo e o pesadelo aparece, o sublime som do silêncio acaba nos gritos de dor cuja existência é nula e a verdade inexistente...
Mas a realidade me surge, imponente e objetiva, agredindo-me a face e fazendo-me engolir a aposiopese que antes me cobria, e o tempo, o ponteiro, a parte, o dia, a ordem, tudo tira-me o caos que me é de direito...
E vou à escola silenciosamente...

Obrigado pela atenção,
Marra Signoreli

2 comentários:

. disse...

minha falta de inspiração poderia dizer mais.
a sua é bem legal, sr. chato.
=*

Guilherme Toscano disse...

se esse texto foi a tradução do que pena, seu fluxo de idéias me parece bem mais sensato que o meu. não consigo manter uma lineariedade nos meus pensamentos como você.