quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Você pode achar um quarteto de cordas um tédio e eu nunca vi graça em helicópteros, mas juntando as duas coisas... hm...

Este vídeo é o Helicopter String Quartet de Karlheinz Stockhausen (1928 - 2007):






Vou ficar fora o ano novo, vou a Salvador e só vou voltar dia 16, então até lá!

Obrigado pela atenção ao vídeo,
Marra Signoreli, o chato.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

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que ironia eu estar encarregado do post de natal. eu encarregado de falar sobre o nascimento daquele que eu nego, ou alguma coisa assim. o que é o natal pra mim? é a reunião da minha família. sério. acho que é a única data que todos se reúnem, e é a única data que eu vou lá na casa dos meus avós por parte de pai. e esse ano vai ser diferente: meu irmão está na inglaterra e meus avós paternos estão viajando. que merda. a única data que vejo todos e esse ano, não verei todos aqui. fraternidade, harmonia, isso não são valores exclusivos cristãos! eu não preciso crer pra festejar! acho que todos sabem o quão cético eu sou, mas juro que comemoraria o natal com meus filhos sem problema algum. por que ele sempre foi importante pra mim. época de ganhar (e mais recentemente também dar) presentes, eu esperava o ano inteiro pra isso, pro jantar depois da troca de presentes, praqueles minutos em que todos riam e se divertiam, fazendo as mesmas piadas repetidas todos os anos, esquecendo das brigas de sempre pra poderem lembrar depois de amanhã. e não foram ideários cristãos que me proporcionaram isso. não foi o nascimento de um menino que faz o natal tão importante pra mim. talvez seja importante pra muitos daqueles que fazem meu natal tão legal, mas não pra mim. são eles, cada um deles que são eles mesmos por um breve intervalo de tempo, sem discussões, sem rixas, sem tristeza. e quando choram, choram por felicidade, essa mesma que eu sinto ao ver todo mundo reunido, todos juntos, todos felizes (nem que seja por um momento). eu acredito que felicidade é momentânea, então procuro aproveitar ao máximo as que tenho (mas isso é assunto pra outro post), e essa é a única que eu espero o ano todo pra acontecer. ainda hoje eu espero por ela, e quero que hoje seja como sempre foi, mesmo sem o lucas, mesmo sem almoço na casa dos avós, ainda quero me divertir, ainda quero sentir essa união. ainda quero ser feliz.

desejando um feliz natal a todos,

Toscano, o Emocionado.

sábado, 15 de dezembro de 2007

Um vídeo que montei.

este vídeo está pronto há alguns meses, mas devido a alguns problemas com computador e internet, só agora consegui publicá-lo. espero que se divirtam o mesmo que me diverti ao fazê-lo!



agradecido pela atenção,

Toscano, o Ocioso.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Sem drama, por favor.

Sim, eu odeio drama. E odeio quando dizem que eu sou dramática. Existem explicações científicas que provam que meu comportamento é resultante de problemas neurológicos, genéticos, neuroquímicos, sociais, entre outros. Considerando que no meu caso todos esses fatores estão seriamente envolvidos eu diria que não, não tenho muita chance. E digo, enfaticamente, que eu sou ótima pra lidar com tudo. Então sim, odeio quando dizem que sou dramática.

Veja bem, eu lido da forma mais racional e sou extremamente calma diante de crises sérias e diárias que acompanho. Quando alguém além de mim presencia algo do tipo, se assusta com a minha calma. Eu também me assusto às vezes. Ser calma em situações críticas é ser dramática? Dont think so. Pra variar, me chamaram de fria também por ficar calada e com cara de 'nada' enquanto outra pessoa fica louca perto de mim. Cadê o drama?

Pra melhorar ainda mais, além de ter que resolver essas crises alheias independentemente da minha situação emocional no momento, eu ganho de presente a completa falta de controle sobre a minha própria vida. Sim, completa falta de controle. Decidem onde e quando vou morar, onde vou estudar, o que vou estudar. Não diretamente, claro. Essas pessoas sabem exatamente como manipular decisões. E eu não estou de fora dos alvos manipulados. Ainda porque seria exigir demais da minha consciência dos fatos saber quando alguém está fazendo isso exatamente no momento que acontece. Depois eu vejo, tudo detalhada e claramente, mas fazer o que? Odeio brigas. O-d-e-i-o. Sim, eu abro mão de muita coisa só pra não discutir. E quando eu resolvo dizer alguma mínima coisa, das coisas várias, me chamam de dramática.

De que adianta ter o conhecimento técnico de tudo, sem poder fazer nada? E fico calada, evito reclamar, evito até conversar. E me chamam de dramática?!

Acho mesmo que as pessoas se acostumam quando você tenta ser legal demais. Você não reclama, não discute... e quando resolve abrir um pouco a boca, slapt! Mandam umas bombas ridículas e sem fundamento algum. E adianta discutir com pedra? Não adianta, mesmo tendo os melhores argumentos possíveis, todos baseados em fatos indiscutíveis, tem gente que não muda de idéia.

Por que diabos estou escrevendo isso aqui ao invés de botar no meu blog pessoal? Eu não escrevo desabafos diretos no meu blog. E apesar de isso tudo aqui não servir de nada, absolutamente nada pra pessoas como o meu amado priminho, minha falta de conhecimento sobre os outros membros me faz pensar que, por acaso, possa servir pra alguém um dia. Ou não. É bem provável que não.

Conclusão mais tomada durante essa merda de ano: foda-se.

Outras conclusões: as pessoas vão dizer um monte de merdas quando você precisar desabafar com elas, todas essas merdas baseadas nas experiências próprias, nada parecidas com as suas. Se você discordar, vão te achar burro e dramático. Não acredite, noventa e nove vírgula nove nove por cento das pessoas não querem saber de porra nenhuma mesmo. E você pareceria um louco esquizofrênico (eu pareceria) se contasse tudo o que aconteceu assim, de repente. Tem cara de novela, e novelas são dramáticas. Também vão dizer mais merdas baseadas naqueles ditados ridículos variantes de "carpe diem". E sem conhecimento algum dos seus problemas neurológicos, vão achar tudo um saco de frescuras fedorentas.

Ou seja, (mais uma conclusão?) escolha bem a pessoa, se você precisar conversar com alguém sobre algo bizarro que te aconteceu. De preferência um psicólogo ou psiquiatra formado, que vai dizer coisas REALMENTE racionais, e não aquelas burrices leigas de pagodeiros-felizes que sabem aproveitar a merda da vida. Tome remédios pra corrigir seus distúrbios neuroquímicos, arrume um bom emprego, ganhe muito dinheiro, case-se e se dedique a metas desse tipo. Não se torne inteligente se quiser ser feliz, a menos que tenha uma ótima válvula de escape como uma namorada gostosa e de confiança, para poder ver nela a fonte de alegria.

Sei lá o que diabos eu queria dizer com tudo isso. Eu nunca digo nada pra não dizer demais. Extremista, talvez, mas não dramática. Francamente, eu vou atirar no meio da testa da próxima pessoa que ousar me chamar de dramática. Eu sou calma, racional, paciente, quieta, não reclamo a menos que algo dependa SERIAMENTE da minha sinceridade (apesar de alguns dizerem o contrário, mas no final ficou mais que provado que eu estava certa), sou extremamente fria quando preciso, extremamente carinhosa nos momentos certos, e por aí vai.

Talvez isso seja novidade, esse parágrafo aí de cima. Não, eu não vou atirar na cabeça de ninguém, aliás, nem em situações extremas eu chego perto sequer de gritar. Enfim, talvez eu tenha mudado muito. Talvez eu tenha ficado amarga, fria, racional demais, superficial demais (eu quero dinheiro e prestígio no trabalho, muito dos dois). Mas drama hoje é algo que realmente acho insuportável!!!

Caralho, era melhor quando eu estava calada, não? Meia hora de monólogo nessa sauna. Agora, falando sério, preciso de uma sauna de verdade, com aquele cheiro ridículo de eucalipto, aquele calor sufocante, aquela umidade desesperadora. É bão que só!

Foi mal aí pela demora, passo a palavra.

Divagações lunares

aos 7 amigos da Delirium

Se existe, amigo, um século depois
O pólen morto e as sobras da existência,
Que sobrará de ti? Na vida sois

O mesmo grão, e após nem a ciência
Descreve o seu futuro e nem ninguém
Verá na tua próxima vivência...

O corpo será resto, tudo bem,
No entanto a mente, o cúmulo vital,
O que será do túmulo ao além?

Não vamos pensar nisso, o nosso mal
Apenas nisso se resume, a mente
Se esforça para ouvir o céu final,

E o céu... o céu tão longe... o céu não sente,
E um véu em nós se esconde como um grito,
Um grito claro e oculto e tão somente

Um grito disso tudo como o agito
Do mar em chão de estrelas, se resume
O grito em simples caco de infinito,

E apenas ele nos conforma, é o lume,
É a dor e o sono desta madrugada.
É como o inseto alegre que de azul me

Constrói em seus olhares, mas calada
A única verdade em vão nos cala
Nos reduzindo ao que nós somos: nada.

E fora a tudo isso a minha sala
Parece se importar a sós comigo
Com tudo ao seu redor e a transformá-la

Eu vejo acima o vôo de um amigo,
Meu pássaro insensível, mas fraterno
Parece de ilusão me dar abrigo...

E pouco a pouco saio deste inferno
Já não me importa a morte e nem o resto,
Apenas durmo, sonho em ser eterno,

Pois deste sonho necessito e presto
Ao meu orgulho fúnebre homenagem
Voltando a ser aquilo que detesto,

Um morto em plena vida na pastagem
Dos dias, mas sozinho vou, escrevo,
E me escrevendo nestas mãos que agem

Me busco inutilmente neste trevo
De quatro essências, uma me destrói
E as outras eu carrego enquanto levo

A única certeza que me dói:
Do dia à noite, vamos à vertigem
Nós todos ao escuro que corrói,

Daqui somente restará fuligem,
O túmulo, semente triste e pálida
Ouvindo do amanhã a sua origem

E se acabando sobre a Lua cálida,
Materno seio a morte tem, talvez
A vida seja apenas a crisálida

E após o amanhecer mais uma vez
A confortar então a nossa pele
Revele a eternidade e a sensatez

Do mundo novo que a visão repele,
Termino assim, na escuridão perdido,
Levando desta luz a letra l.

Pela atenção estou agradecido,

Marra Signoreli

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

O contrário do daí de baixo, sempre com algum assunto mas sem coragem para concretizá-lo,
mas...

interessante que ultimamente são assuntos mais universais que andam mexendo comigo,
não não efeito estufa (se bem que parece que o único gelo que vou conhecer é o de congelador =/)
mas a sociedade e as instituições. Nesse ano me sinto um camponês consentido,
e estou com mais gás para uma revolta contra o sistema (não punk, nem che) mas algo como: não há solução, ideologias não são soluções, não se deve porcurar caminhos para maior conforto, sinto que só há uma saída(não tenho melhor palavra): que seria admitirmos o nosso fracasso total;destruição... (não, não é anarquia, anarquia é boazinha demais).
Eu estou me identificando com coisas que realamente chocam as pessoas, já pensaram em estranguladores de velhinhas? ou em auto extermínio de três quartos da população?
Talvez isso seja só momentâneo... como um movimento artístico, mas me parece tão nítido ultimamente. Bem, para todos que eu já falei sobre isso, até hoje, apenas um não achou ridículo, os outros riram...

Flvio, terrorista fofo.
p.s:às vezes dá vontade de ser otaku: se conhecem aos montes pela internet e vão se onhecer em outras cidades...
p.s2:acho que não consegui falar o que queria desde o início

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

eu me considero bom pra escrever. geralmente eu gosto do que eu escrevo, tanto em prosa quanto em verso. mas eu sofro de uma coisa que todos devem sofrer, mas eu acho que comigo é exagerado: eu não tenho sobre o que falar. sério, se você me arrumar um assunto eu posso ficar refletindo sobre ele horas, fazer rimas ricas, pobres e rara com ele, mas se você me pedir pra ditar um assunto, eu vou ficar calado. sério! se vocês pegarem meus textos e as letras de música que escrevi, são quase todos sobre o mesmo assunto. quase todas sobre mim e sobre como eu me sentia. eu sei que muita gente vai falar "po, mas é isso mesmo, você escreve sobre você, é assim que funciona" ou alguma coisa assim, mas eu me sinto muito limitado. eu não consigo escrever sobre a transitoriedade da vida, ou sobre um sentimento que eu não estou sentindo, a não ser que eu escreva sobre como eu não consigo escrever sobre a transioriedade da vida ou como eu não estou sentindo aquilo. que tipo de poeta/autor eu sou que só escreve o que sente? interessante que se alguém me sugere alguma coisa pra escrever, eu até consigo desenvolver bem. na verdade, eu não crio, eu desenvolvo. acho que é isso. esse texto mesmo, eu só escrevi ele porque eu não conseguia pensar no que escrever. e é assim tudo que eu faço, ou escrevo sobre o que eu estou pensando ou sobre o que eu pensei. não consigo pensar em algo novo. me sinto limitado, mas em momento algum eu falei que era um defeito.


Agradecido pela atenção,

Toscano, O Desenvolvedor.

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

A alegria das cores vibrantes de seu televisor

Bem, vou fazer meu post um pouco diferente hoje, essas últimas semanas de faculdade se tornaram em uma imensa maratona de quem atinge o ápice da loucura mais depressa.. Felizmente eu ainda to me mantendo nas estribeiras e pouco a pouco (mentira, tudo de uma vez) estou tentando trilhar essas últimas penosas semanas.. Ao menos serei recompensado até março com um ócio bem improdutivo, mas que espero ter algum proveito em cima disso tudo visitando lugares bonitos, e que eu consiga finalmente viajar pro sul u.u sem que os aeroporcos se intrometam.

Hoje meu post é em forma de imagem, falou-se muito ultimamente sobre o filme V de Vingança (V de Vendetta, pra quem é mais dragonball Z -ou bola di draco z no caso- com as coisas) a respeito dos meios de comunicação realmente não permitirem um verdadeiro raciocínio da parte de quem é consumido principalmente pela televisão. Mesmo sendo uma produção hollywoodiana que foi feita para enriquecimento concentrado de poucas pessoas, foi de inspiração não só para pessoas que adotaram o avatar do V no msn ou no orkut. Mas a ideologia do filme é algo bem interessante, apesar de eu achar que a práxis(ação política consciente e transformadora, crítica à sociedade em forma de revolução) ficou quase extinta no tempo atual, e promover mais caos ainda com pessoas que nem confiam a si mesmas para pensar (ascensão do ramo psicológico/quiatra/etc). Essa grande dependência de uma tipologia ideal pregada(impregnada) pelo modo de vida social é algo bastante eficaz.

Não querendo me desvirtuar do assunto, sempre fui fã de Calvin e suas tiras, e na verdade nem era pra eu ter escrito isso tudo, mas acabei me empolgando um pouco... Representa bem o inconsciente verdadeiro de pessoas que ligam as TVs para não terem que pensar.



Pensar faz mal, no mundo atual. (rima esperta essa ein?)

Finalizando, eu já acredito num outro tipo de práxis, que nem pode se adotar essa nomenclatura: a mudança individual que promova o fim desse individualismo, que mais nos aproxima fisicamente, e nos distanciam metafisicamente, os laços precisam ser restaurados.

A mudança não pode ser inteiriça, tem que ser gradativa, não adianta ser massiva, a revolução é ineficaz tendo em vista que um toque de um botão dizima facilmente os sujeitos doentios de uma sociedade perdida.

Não creio que estou falando de revolução mas, são 00:36, to redigindo minha monografia sobre planejamento estratégico de Marketing, estou sendo o sistema que aliena a cabeça das pessoas com algo que aparenta ser o que não é, desperto o desejo e o consumo por via deste aparelinho que pensa por você. E por paradoxo mostrando aos leitores o que eu verdadeiramente penso. Que situação complicada, isso é traição? Será que vão fazer mais um filme brasileiro sobre traição? Mesclando à sexo e palavrões com certeza. As novas trends já vem se tornando uma tradição, quando é que vão ver que o futuro é o próprio retrocesso?

Espero não ter escrito muita besteira, nem vou revisar, não por má vontade, pois acabaria mudando o texto e eu não o terminaria hoje.

Grato pela atenção,
Hunter.

domingo, 2 de dezembro de 2007

Um soneto se não estivesse com sono

Nós, mesmo bêbados e sem bebida
Na lente irrazoável da visão,
Vemos o vôo dos pombos na razão
Por sobre a rua sempre entristecida...

É quando a Lua vai, bem mais florida
A Lua sobre o rio da ilusão
É como um sonho, um vôo, o coração
Que sobrevoa fértil a voz da vida...

É como a luz, a luz que nunca vemos,
E vai a Lua, os bêbados e Venus
A pombear na racionalidade...

É como um sono, o início, o fim opaco,
E nada se concorda, um escuro caco
Que apenas sobrevoa a eternidade...

Marra Signoreli

sábado, 1 de dezembro de 2007

Não posso viver sem meu vício de criar.

Ou virtude, julgue como quiser, só sei de uma coisa: eu crio, diante a todas as dificuldades habitantes de cada momento, eu preciso criar, diante meu tédio e minha preguiça, desde pequeno quando a criação se resumia na simplicidade de cada céu criado dentro de poucas palavras, ou uma escultura brilhante feita de cartolina e rolo de papel higiênico, ou aquela coisa feita de barro na pré-alfabetização que, por causar vergonha em meus professores, foi jogada fora com a desculpa de que foi perdida, desde esta época o importante para mim foi a criação...
Inutilidades... crescer, nascer, reproduzir, morrer, eis a Grande Arte forjada pelas mãos do acaso, e nós não absorvemos, talvez, nenhum sentido entregue à proporção áurea do pentagrama, não compreendemos nenhum motivo movendo as movimentações do vento, lançamos vôo à razão negando as gnoses e deparamos com a queda do abismo, com o vácuo entre as estrelas, deparamos como os heterônimos de Fernando Pessoa ao nada escrito nas paredes da racionalidade...
Quando, neste rodamoinho de informações conectadas ao inexistente podemos nos ver como a arte, sem nenhuma utilidade, sem nenhum porquê, é quando cansados nos entregamos humildemente à imensidão misteriosa da música e ouvimos a nossa dor, é quando ébrios de sobriedade nos entregamos aos espelhos das metáforas e vivemos como se morrêssemos para o sentido mercadológico de existência. E contemplamos o belo...
Nunca quis ser útil, nunca quis viver ligado às pressões da vida contemporânea, ao vestibular, ao ser alguém na vida, à ilusão da importância, antes queria estar jogado à solidão de sustentar o próprio mundo... Jovem Átlas na melancolia de Goiânia esperando um ônibus, buscando funções metalingüísticas para seu texto e sendo dia após dia tantalizado com a estética, quero me entregar à inutilidade de criar, de inventar artrópodes com os verbos, de descobrir a mim mesmo nas lágrimas das coisas inexistentes, e chorar por me descobrir feito delas...Posso te entender finalmente, delírio de meu panteísmo, finalmente eu posso entender o ápeiron, não só entender como tocá-lo, finalmente vejo a vossa existência, Deus, mesmo sendo na obscuridade de uma criação humana, e assim vejo que existir não há motivo e por isso, me entrego à minha missão escolhida pela minha essência de ser a sua imagem e semelhança, e criar...

É partindo disso que chegamos às nossas próprias estrelas proparoxítonas e abandonamos a lógica das coisas movimentadas...

Obrigado pela atenção,
Marra Signoreli