sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Sem drama, por favor.

Sim, eu odeio drama. E odeio quando dizem que eu sou dramática. Existem explicações científicas que provam que meu comportamento é resultante de problemas neurológicos, genéticos, neuroquímicos, sociais, entre outros. Considerando que no meu caso todos esses fatores estão seriamente envolvidos eu diria que não, não tenho muita chance. E digo, enfaticamente, que eu sou ótima pra lidar com tudo. Então sim, odeio quando dizem que sou dramática.

Veja bem, eu lido da forma mais racional e sou extremamente calma diante de crises sérias e diárias que acompanho. Quando alguém além de mim presencia algo do tipo, se assusta com a minha calma. Eu também me assusto às vezes. Ser calma em situações críticas é ser dramática? Dont think so. Pra variar, me chamaram de fria também por ficar calada e com cara de 'nada' enquanto outra pessoa fica louca perto de mim. Cadê o drama?

Pra melhorar ainda mais, além de ter que resolver essas crises alheias independentemente da minha situação emocional no momento, eu ganho de presente a completa falta de controle sobre a minha própria vida. Sim, completa falta de controle. Decidem onde e quando vou morar, onde vou estudar, o que vou estudar. Não diretamente, claro. Essas pessoas sabem exatamente como manipular decisões. E eu não estou de fora dos alvos manipulados. Ainda porque seria exigir demais da minha consciência dos fatos saber quando alguém está fazendo isso exatamente no momento que acontece. Depois eu vejo, tudo detalhada e claramente, mas fazer o que? Odeio brigas. O-d-e-i-o. Sim, eu abro mão de muita coisa só pra não discutir. E quando eu resolvo dizer alguma mínima coisa, das coisas várias, me chamam de dramática.

De que adianta ter o conhecimento técnico de tudo, sem poder fazer nada? E fico calada, evito reclamar, evito até conversar. E me chamam de dramática?!

Acho mesmo que as pessoas se acostumam quando você tenta ser legal demais. Você não reclama, não discute... e quando resolve abrir um pouco a boca, slapt! Mandam umas bombas ridículas e sem fundamento algum. E adianta discutir com pedra? Não adianta, mesmo tendo os melhores argumentos possíveis, todos baseados em fatos indiscutíveis, tem gente que não muda de idéia.

Por que diabos estou escrevendo isso aqui ao invés de botar no meu blog pessoal? Eu não escrevo desabafos diretos no meu blog. E apesar de isso tudo aqui não servir de nada, absolutamente nada pra pessoas como o meu amado priminho, minha falta de conhecimento sobre os outros membros me faz pensar que, por acaso, possa servir pra alguém um dia. Ou não. É bem provável que não.

Conclusão mais tomada durante essa merda de ano: foda-se.

Outras conclusões: as pessoas vão dizer um monte de merdas quando você precisar desabafar com elas, todas essas merdas baseadas nas experiências próprias, nada parecidas com as suas. Se você discordar, vão te achar burro e dramático. Não acredite, noventa e nove vírgula nove nove por cento das pessoas não querem saber de porra nenhuma mesmo. E você pareceria um louco esquizofrênico (eu pareceria) se contasse tudo o que aconteceu assim, de repente. Tem cara de novela, e novelas são dramáticas. Também vão dizer mais merdas baseadas naqueles ditados ridículos variantes de "carpe diem". E sem conhecimento algum dos seus problemas neurológicos, vão achar tudo um saco de frescuras fedorentas.

Ou seja, (mais uma conclusão?) escolha bem a pessoa, se você precisar conversar com alguém sobre algo bizarro que te aconteceu. De preferência um psicólogo ou psiquiatra formado, que vai dizer coisas REALMENTE racionais, e não aquelas burrices leigas de pagodeiros-felizes que sabem aproveitar a merda da vida. Tome remédios pra corrigir seus distúrbios neuroquímicos, arrume um bom emprego, ganhe muito dinheiro, case-se e se dedique a metas desse tipo. Não se torne inteligente se quiser ser feliz, a menos que tenha uma ótima válvula de escape como uma namorada gostosa e de confiança, para poder ver nela a fonte de alegria.

Sei lá o que diabos eu queria dizer com tudo isso. Eu nunca digo nada pra não dizer demais. Extremista, talvez, mas não dramática. Francamente, eu vou atirar no meio da testa da próxima pessoa que ousar me chamar de dramática. Eu sou calma, racional, paciente, quieta, não reclamo a menos que algo dependa SERIAMENTE da minha sinceridade (apesar de alguns dizerem o contrário, mas no final ficou mais que provado que eu estava certa), sou extremamente fria quando preciso, extremamente carinhosa nos momentos certos, e por aí vai.

Talvez isso seja novidade, esse parágrafo aí de cima. Não, eu não vou atirar na cabeça de ninguém, aliás, nem em situações extremas eu chego perto sequer de gritar. Enfim, talvez eu tenha mudado muito. Talvez eu tenha ficado amarga, fria, racional demais, superficial demais (eu quero dinheiro e prestígio no trabalho, muito dos dois). Mas drama hoje é algo que realmente acho insuportável!!!

Caralho, era melhor quando eu estava calada, não? Meia hora de monólogo nessa sauna. Agora, falando sério, preciso de uma sauna de verdade, com aquele cheiro ridículo de eucalipto, aquele calor sufocante, aquela umidade desesperadora. É bão que só!

Foi mal aí pela demora, passo a palavra.

3 comentários:

Guilherme Toscano disse...

hum, dificil não ver minha parcela de culpa nisso tudo. mas tem pouca novidade nesse texto pra mim, já ouvi muito disso da sua boca. droga, espero que você pelo menos perceba que eu tentei fazer o que achei melhor, sempre. talvez nem sempre tive a melhor decisão. droga.

Flvio disse...

ouvi um pouco disso de sau boca ontem.




anti-estoicismo

Marra Signoreli disse...

digo o mesmo que o Flávio, amigo acima...
é difícil quando não nos dão ouvidos, dá vontade de você pegar uma faca e arrancar o ouvido do cidadão... (sim, isso o que eu acabei de dizer foi dramático, e com todo direito a sê-lo)...

Gostei muito de ter lido isso, acho que pela sinceridade.