quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

eu me considero bom pra escrever. geralmente eu gosto do que eu escrevo, tanto em prosa quanto em verso. mas eu sofro de uma coisa que todos devem sofrer, mas eu acho que comigo é exagerado: eu não tenho sobre o que falar. sério, se você me arrumar um assunto eu posso ficar refletindo sobre ele horas, fazer rimas ricas, pobres e rara com ele, mas se você me pedir pra ditar um assunto, eu vou ficar calado. sério! se vocês pegarem meus textos e as letras de música que escrevi, são quase todos sobre o mesmo assunto. quase todas sobre mim e sobre como eu me sentia. eu sei que muita gente vai falar "po, mas é isso mesmo, você escreve sobre você, é assim que funciona" ou alguma coisa assim, mas eu me sinto muito limitado. eu não consigo escrever sobre a transitoriedade da vida, ou sobre um sentimento que eu não estou sentindo, a não ser que eu escreva sobre como eu não consigo escrever sobre a transioriedade da vida ou como eu não estou sentindo aquilo. que tipo de poeta/autor eu sou que só escreve o que sente? interessante que se alguém me sugere alguma coisa pra escrever, eu até consigo desenvolver bem. na verdade, eu não crio, eu desenvolvo. acho que é isso. esse texto mesmo, eu só escrevi ele porque eu não conseguia pensar no que escrever. e é assim tudo que eu faço, ou escrevo sobre o que eu estou pensando ou sobre o que eu pensei. não consigo pensar em algo novo. me sinto limitado, mas em momento algum eu falei que era um defeito.


Agradecido pela atenção,

Toscano, O Desenvolvedor.

3 comentários:

Marra Signoreli disse...

é, você sabe o que acontece no meu caso, a angústia por tentar criar aquilo e nunca é aquilo que se cria, uma eterna insatisfação...

assunto para falar é coisa que não acaba nesse mundo, igual pau seco e gente besta, como já dizia Manoel de Barros...
Caramba, eu quero conhecer Manoel de Barros...

. disse...

nada pra dizer

Flvio disse...

os livros do Manoel de Barros são vendidos em caixinhas, dependedo da editora, é claro...