quarta-feira, 30 de julho de 2008

Compelido

Amigos, sou forçado por forças ocultas a postar aqui.
Fui escalado para difundir a proposta literária de Jade Muriel.
E nada mais eficaz do que fazê-lo com as próprias palavras da mesma.

"Cada um faz um texto, mini-conto, sobre a mesma situação e personagem, previamente determinados. Com o mesmo número de linhas e mesma estrutura. Assim, a gente cria um personagem, um problema e cada um desenvolve com o mesmo número de linhas a situação. Daí a gente vê a visão de cada um na mesma situação. Mas pra ficar justo tem que ser com o mesmo número de linhas. Daí temos que postar todos os textos no mesmo dia, pra ninguém ver o texto do outro. =D
Vamos animar o blog! Todo mundo é obrigado a participar ou eu corto a bebida e trago uma garota pra fazer sexo comigo na frente de vcs. Essa tentativa de explicar minha idéia ficou redundante, mas deu pra entender, certo?Obrigada pela atenção e eu espero avidamente que os senhores me apoiem!"

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Uma questão de fé

A arte existe, estão guardados conceitos, discussões, confabulações, ímpetos, etc sobre ela dentro das paredes da academia, dentro de tratados, dentro de livros, pairando talvez em lugares distantes de teu coração, mas ela existe.

Entanto infelizmente também existem as confusões, os teóricos para provar e reprovar as coisas mais lógicas e ilógicas, mentiras entre as pessoas, grupos de ganância, letras e mais letras em jornais, em panfletos, em línguas beijantes se misturando com as melodias dos shows para compor as paredes de um labirinto onde reina a mediocridade e o comodismo, com humanos roedores seguindo o cheiro do queijo, eu não me rendo, mas tampouco posso te fazer acreditar na arte, pois é, antes de tudo, uma questão de fé.

Acreditar na arte não fará de ti uma pessoa melhor para a sociedade, não te responderá dúvidas, não te proporcionará a salvação, não te dará tranqüilidade ou paz de espírito, não te divertirá, não te colocará acima de leis, não te enriquecerá financeiramente, não te relacionará melhor com teus pais, não te ajudará a arrumar namorado(a), não te embelezará frente ao espelho. A arte não pica, não cozinha, não lava ou seca roupas, ao mesmo tempo não contém álcool, sangue, ácido lisérgico ou cânhamo, pois ela não serve para te chapar, ela não serve para deixar a casa brilhando, ela não serve para nada. Acredita-se na arte como se olha para as coisas eternas, tem-se fé no mistério das estrelas, na invocação simbólica oculta de seus brilhos; com o mesmo sentimento olha-se para um cânone em uma partitura e acredita-se no cânone literário. Queres saber o que é acreditar na arte? Imaginemos Alexander Scriabin compondo “O Mistério” nas montanhas do Himalaia antes de um inseto concretizar seu destino, falava ele que a obra terminaria com a mudança completa do mundo para um Grande Mundo. Que crédito é esse dado a composição?

Mas, oras, estou em um blog e falando diretamente com meu leitor! Foda-se a imparcialidade do afastamento do autor e vamos a um exemplo mais intimista: eu acredito na arte, posso não ser um excelente aluno de meus mestres e deixar a desejar em alguns quesitos, mas estou cá, as duas horas da manhã, pronto para dizer a ti isto, para ser odiado conforme tuas opiniões e para te incomodar com um texto como este, e esta não é sequer a menor de minhas loucuras pela arte.

Quanto a mediocridade, é preciso cuspir nela.

Com carinho e gratidão pela leitura,
Marra Signoreli

Comentário evoluído sobre o texto do priminho

Sabe, um dia eu resolvi fazer vestibular. Acordei, olhei pro teto, pensei meus pensamentos diários do tipo "que merda" e decidi fazer a prova. Ênfase no processo de decisão, já que eu faltei a segunda fase de um dos vestibulares e agora que me sinto completamente não-prejudicada posso dizê-lo sem pesar. Li o tal tema da redação e fiquei, literalmente, duas horas pensando no que escrever. Escrevi no rascunho e em todos os espaços brancos das outras matérias um monte de frases soltas, pra ver se saía algo que pudesse me garantir uma vaga na universidade. Durante muito, muito tempo fiquei com o rosto escorado no braço, sem qualquer idéia satisfatória. Quando as duas horas se passaram, o fiscal (com quem eu tinha batido um papinho básico antes de entrar) me perguntou "você não vai fazer a prova?". Comecei a escrever. Criei coragem e comecei a escrever diretamente na folha definitiva, sem olhar pros meus rascunhos ridículos sem nexo. Escrevi, escrevi e quando vi as linhas estavam acabando e a história não tinha nexo também. Olhei a opção marcada: conto fantástico. Daí, botei um final também sem lógica e quando fui ler percebi que um possível leitor poderia interpretar que o meu conto foi tão bem escrito que deveria ser analisado pra ser compreendido, ou ele poderia pensar que eu sou uma retardada. No final, tirei 34. Valia 40. Fiquei louquissimamente satisfeitíssima com a minha nota.
Eu comecei a escrever isso como comentário no texto do toscano, portanto é imperativo que leiam o texto dele, já que estou postando isso rápido demais e não tem lógica nenhuma.
Pois é, primo, às vezes a gente diz muita coisa pensando que não disse nada. Ou não dizemos porra nenhuma mesmo e fazemos os outros pensarem que na verdade dissemos nas entrelinhas. Ou, em outros casos, a gente escreve um monte de merda de onde não se tira nada, e só a gente mesmo pensa que disse alguma coisa, porque somos realmente retardados.
É.

domingo, 27 de julho de 2008

O Dilema da Escova de Dentes

estranho como as vezes nos contentamos com coisas simples. não, não, não estou falando de conformismo, talvez em outra ocasião? mas estou falando da minha escova de dentes. é aqui que você se pergunta "WTF?", calma, calma, eu explico: eu sempre usei escovas boas, não aquelas modernosas que giravam e vibravam, mas sempre usei umas boas, tipo aquela com negócio de limpar lingua e tals. de alguns anos pra cá eu comecei a comprar escovas "médias", aquela mais dura que o normal, porque assim eu sentia meus dentes mais limpos. acho que era mais psicológico até, porque todos me diziam para não usá-la porque machuca minha gengiva, mas eu continuei com elas. porém com o tempo eu comecei a cobrar mais e mais delas, fazendo elas durarem cada vez menos. há pouco tempo coloquei aparelho em meus dentes (de novo, não me perguntem por quê), e assim vi minha escova média ir embora em um mês. ok, aquilo era o auge, não podia mais conviver com isso. consegui enrolar ela ainda durante algumas semanas, até que, por acidente ou destino, a mesma caiu na privada. aqui eu abro um parênteses, metafórico, não de verdade, para salientar o que sinto quando minha escova cai na privada, você se sente totalmente sem poder, a única coisa que você tem a fazer é assisti-la cair. fecha parênteses. como eu me encontrava em uma cidade praiana, fui a farmácia mais próxima para comprar uma escova nova. chegando lá e vendo que não tinha nenhuma das escovas que eu costumava usar, resolvi radicalizar e comprei a mais barata que tinha. Média na dureza e curta no tamanho do cabo e rosa. ROSA. chegando em casa, fui alvo de chacota, me ofereceram pra voltar lá e trocar, comprar outra, mas eu não podia abandonar ela assim sem ao menos testá-la. E lá fui eu escovar meus dentes. foi ótimo. era tudo que eu precisava, supria minhas necessidades físicas e psicologicas. estava limpo e me sentia limpo. e me mantive com ela até... ontem. esqueci ela na casa da minha namorada. como não a vi hoje, fui obrigado a comprar outra. não achei igual. comprei outra vagabunda na esperança de ter a mesma sensação. ainda não tive coragem de testá-la. vou testá-la antes de dormir. ou não vou dormir para não ter que testá-la. eu nunca conseguiria dormir sem escovar meus dentes. esse é meu dilema: trair minha escova que tanto me agrada ou não dormir pra sempre (ou até que ela volte)?. quem diria que tão pouco me prenderia tanto...

esse texto tem uma interpretação filosófica para sua vida, juro. por mais que ela só exista na minha cabeça, pois não consegui expô-la. se esforcem mais do que eu para achá-la. no mais, é bom voltar a escrever.

Toscano, o da Higiene Bucal.