domingo, 31 de agosto de 2008

Mutualismo - O Mosquito e o Filantropo

Jantei... E prostrava a gozar da fartura... estava vivo, gordo, abundante... tão saciado que o excesso me transbordava à pele. Mas no meu belo sono de satisfação, eis que me surge, figura tão negra e enfadonha: um mosquito. O pequeno e ágil vulto clamava-me, num zum-zum-zum infernal, um escambo: queria vida e dava-me, em troca, meia-dúzia de doenças fracas. Visto, em meu rosto, uma reação desdenhosa, o mosquito encarnou seus instintos mais primitivos e numa fome tamanha, sorveu-me, sôfrego, alguns respingos de sangue ralo.

E assim, mosquito, tu deves fazer!
Faz-me morto, que morro em gozo... dando vida
a quem merece viver.

Elliot Scaramal

3 comentários:

Anônimo disse...

elliot, quando eu crescer quero ser igual a você, ter umas viagens massas, huhú. :))

/Fernandiinha.

. disse...

eu quero conhecer o elliot, pô.

Guilherme Toscano disse...

esse sujeito juba é bem interessante, né?